Madrugada em pranto
o véu da dor se rompeu
Terra gemeu em parto santo,
o céu em festa acendeu
o véu da dor se rompeu
Terra gemeu em parto santo,
o céu em festa acendeu
Pedra rolou, sepulcro vazio –
o amor venceu a morte fria
Maria corre, João surpreende-se:
"Vida triunfa!" ecoa a profecia
o amor venceu a morte fria
Maria corre, João surpreende-se:
"Vida triunfa!" ecoa a profecia
Do jardim, pássaros anunciam
a alvorada que a treva engoliu.
Cristo ergue-se, feridas em glória,
o impossível em nós renasceu
Ressurreição não é só memória:
é pão repartido, justiça em flor,
é o grito do oprimido
que encontra voz e vigor
Aleluia! O túmulo é semente –
em cada aurora, Ele resplandece.
Quem crê caminha na certeza:
a última palavra será amanhecer
O silêncio quebrou-se em sinfonia,
o sol beijou a face do jardim.
Maria escuta: "Não chores!" — e a vida
desata o nó da morte em seu olhar sem fim
O sepulcro, agora, é porta aberta:
nele a semente eterna germinou.
Cada lágrima seca se converte
em rio de esperança onde o amor brotou
Os discípulos, temerosos e perdidos,
veem as mãos feridas repartir o pão.
Na estrada de Emaús, corações partidos
ardem ao reconhecer a ressurreição
Não é mito que o tempo apagará —
é fogo que não se deixa confinar.
É o grão que, sob a terra escura,
rompe a crosta da dor para florescer
Hoje, quando a noite insistir em voltar,
lembra: a pedra já rolou pra não voltar.
Cristo é verbo vivo, carne e canto,
e a morte é só um nome — Ele a fez errar
Aleluia! O amor não cabe em laudas,
escapa dos livros, invade os quintais.
Ressuscita no pão do homem faminto,
na justiça que ergue os marginalizados
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