quinta-feira, 28 de julho de 2022

O TER E O SER

O TER E O SER
A consciência pode ser vista 
de duas dimensões: A dimensão doTER e a dimensão do SER.
E existem apenas duas categorias de seres humanos: aqueles 
que estão trabalhando para ter cada vez mais, e aqueles que entenderam a futilidade disso e mudaram suas vidas para outra direção, a direção do SER.
1. No mundo do TER, as pessoas acreditam que podem possuir alguma coisa (Esta é uma das piores ilusões que um buscador 
da verdade se depara). A realidade é que viemos a este mundo 
sós, com as mãos vazias, e sós, com as mãos vazias, iremos . E tudo que aconteceu nesse meio tempo foi quase como um sonho. 
Já ouviram as pessoas falarem: 
Poxa como o tempo passou depressa quase não percebi!! A pessoa estava dormindo e não se deu conta...
O mundo do TER nada mais é 
do que um mundo de sonhos porque não podemos TER o que não 
podemos levar, nem o que não podemos SER. Parece um absurdo mas quando dizemos que possuímos algo, na realidade 
não podemos dar garantias que este algo é nosso pela eternidade 
que é atemporal. Partindo do princípio que somos eternos nada que não seja eterno pode 
durar.
2. O mundo do SER é bem diferente. Não possuímos nada, mas somos alguma coisa, e este 
(SER algo) só nos mesmos podemos modificar e levar pela eternidade. Na realidade Você não pode ter nada exceto a si mesmo. E tudo que você possui, (exceto você mesmo), é um engano, uma ilusão.
Exercício: tente substituir o verbo TER pelo verbo SER e verá que na realidade não podemos TER nada, mas podemos SER algo.Porque será que tagarelamos 
que sabemos tanto e somos tão poucos o que supomos saber?
A consciência me disse que talvez isso aconteça porque não 
somos moralmente o que chegou a nós como conhecimento, ou se
ja, não transformamos conhecimentos em atitudes condizentes e 
assimparecemos bobos e infantis 
quando falamos daquilo que nãovivenciamos... Ficamos assim com cara de tacho, ou melhor, 
com cara de tolos sem força e sem 
energia que só a prática do SER proporciona, para que mudemos verdadeiramente as coisas em nós e em nossa volta.

quarta-feira, 20 de julho de 2022

A PRINCESA E O SAPO

Era uma vez, uma princesa muito bonita que andava pela cercanias do seu palácio quando chegou na lagoa e viu muitos sapos nela .
Como era uma princesa esperta e já conhecia a estória do sapo que se transformou em um belo príncipe ela então com bastante nojo pegou um sapo e com muita relutância deu um beijo nele e nada aconteceu. Então com muita raiva ela jogou o sapo de volta na lagoa .
Então ela pegou um segundo sapo e já com menos repugnância beijou o dito sapo que continuou sendo sapo e como antes o fizera ,decepcionada , jogou o segundo sapo de volta no lago.
Então, ela disse pra si mesma é a última tentativa nojenta que irei fazer hoje. Pegou outro sapo estremecendo deu um beijo nele e derrepente o sapo se transformou num príncipe bonito.
Ela exclamou:
-- Vamos para o seu palácio meu príncipe!!!
Ele respondeu:
Que palácio? Sou um príncipe pobre.
A princesa então pegou o príncipe e jogou revoltada o príncipe no lago.

Moral da história:
 Para uma princesa é melhor um sapo rico que um príncipe pobre.
 

sexta-feira, 15 de julho de 2016

O GORDO E SUAS CONTRADIÇÕES


O gordo não engorda ele simplesmente não emagrece. 
Para muitos gordos se perder cem quilos não vai fazer dele magro, mas para um magro perder cem quilos é simplesmente desaparecer.
A diferença do gordo para o magro na hora de comer é que o magro pergunta o que há de comer e gordo come depois é que pergunta o que foi que ele comeu.
Mandar um gordo correr é um disparate o maximo que ele pode fazer é andar em passos largos mesmo assim correndo o risco de ter um infarte.
Eu sempre digo quando emagrecer pode agradecer a Deus, foi milagre eu nada fiz pra isso.



sábado, 31 de agosto de 2013

EMOÇÃO SENTIMENTO TÃO COMPLEXO



Todos nos somos reféns de nossas próprias emoções. Rotulam as pessoas de maluca, de maconheiro, de beberão, ou de coisas que as pessoas fazem, mas se esquecem que por trás de todos os grandes pecados ou erros humanos existem uma dose grande de emoção muitas vezes contida por trás dos vícios ou por trás da agressividade seja falada ou da brutalidade carnal.
Há por isso duas formas das pessoas expressarem as suas emoções.
Quando a pessoa é mais contida ela acaba refletindo as suas mágoas nas bebidas, drogas ou cigarros. E quando ela é mais desinibida ela acaba não se controlando e deixando transparecer suas emoções por meio de discursão ou até descontrole emocional. na verdade todos nos somos descontrolados emocionais, mesmos os mais contidos que muitas vezes não bebem ou tem nenhum vicio, mais de qualquer maneira sempre existira uma forma de demostrar nossa intraquilidade nessa problemática existência que todos nos estamos incumbidos de viver.
Os sentimentos é a condição mais difícil de se controlar. 
O homem controla tudo com relativo sucesso o dinheiro, o trabalho. Mas a relação pessoal fica sempre difícil de compreensão. Por isso é tão difícil a relação entre pais e filhos, entre o homem e mulher, entre os irmãos.
Quem já viu star treek ou Jornada nas estrelas, e se deparou com o personagem Spock. Um homem que vivia em meio a lógica e que queria por lógica em suas emoções ou tentar explicar emoções e que sempre no fim dos episodios o faziam se sentir um ignorante ao ter entender que no tocante as emoções ele perdia completamente a lógica.
No dia que o homem entender que os seres humanos são seres extremamente emotivos e que não há lógica nas emoções então as pessoas serão mais compreesivas uma com as outras. E vão deixar de serem pessoas insensiveis no tocante aos outros.
As pessoas falam de amor mais não entendem que o amor só se apresenta quando se olha para a emoção do outro, quando se tenta entender o que seu semelhante sente e não o que você quer da pessoa.
Se as pessoas pessarem mais um pouco em vez de responderem ao acontecimento bruscamente, haverá menos acidentes no transito, menos assassinatos.
Muitas vezes não entendemos o nosso tempo de emoção. Tem pessoas que remoem por dias um acontecimento, tem outros que digerem mais rápido. Eu por exemplo explodo com facididade mas se eu conseguir fugir ao confronto eu consigo me recompor e muitas vezes me arrempendo do ropante de momento.
O que é importante é que as pessoas pessem mais no vão fazer.
É nescessário não deixar que a emoção seja mais forte que a razão pois a razão tem que estar junto com a emoção.







terça-feira, 24 de abril de 2012

AS EVIDENCIAS DA NOVELA AVENIDA BRASIL





Ao ver a novela Avenida Brasil, algumas coisas para mim ficam evidentes, por exemplo:


Carminha(Adriana Esteves ) é filha de Lucinda (Vera Horltz) e foi criada no lixão, ali deve ter conhecido o amante Max ( Marcelo Novaes ). Por isso que Lucinda não quer que a Nina se vingue da própria filha. Lucinda já foi presa por assassinato, isso já é quase confirmado por Nilo nos últimos capitulos, o que deve ter feito Carminha ter convivido muito com Nilo e com Max, que tem um envolvimento com Nilo bem grande. Nilo pode ser pai de Max, porque Max nem conversa com Lucinda e sim com Nilo.


Mais a evidencia maior na novela é que Jorginho é filho legitimo de Carminha e portanto neto de Lucinda. Isso ficou claro no capitulo da festa de aniversário de casamento de Carminha e Tufão, em que Jorginho pergunta a Carminha sua mãe adotiva, se ela é a sua mãe? O que pretendia Jorginho com a sua pergunta? É lógico, que Carminha ao casar com Genésio já tinha Jorginho e que deixou o menino no lixão para ser criado por Lucinda como um menino a mais de criação.


É evidente também que Jorginho sabe que Carminha é a sua verdadeira mãe, por isso , a pergunta, se ela Carminha era a sua mãe, porque ele não gostaria apenas que Carminha o adotasse, mais que o assumisse como filho legitimo que ele é, afinal ele foi jogado em um lixão para ser criado como filho sem mãe.


Quando Nina descobrir que Jorginho ou Batata, é filho legitimo de Carminha, ai começará o verdadeiro conflito da novela. Como se vingar da mãe biológica do seu amado?




E o mais evidente que Carminha acabará a novela muito bem como uma politica consagrada e não se dará mal no fim.

sábado, 31 de março de 2012

FÁBULAS FABULOSA DE MILLÔR FERNANDES





O gato e a barata

A baratinha velha subiu pelo pé do copo quase cheio de vinho, que tinha sido largado a um canto da cozinha, desceu pela parte de dentro e começou a lambiscar o vinho. Dada a pequena distância, que nas baratas vai da boca ao cérebro, o álcool lhe subiu logo a este. Bêbada, a baratinha caiu dentro do copo. Debateu-se, bebeu mais vinho, ficou mais tonta, debateu-se mais, bebeu mais, tonteou mais e já quase morria quando deparou com o carão do gato doméstico que sorria de sua aflição, no alto do copo.
- Gatinho, meu gatinho – pediu ela –, me salva, me salva. Me salva que assim que eu sair eu deixo você me engolir inteirinha, como você gosta. Me salva. - Você deixa mesmo eu engolir você? – disse o gato. - Me saaalva! – implorou a baratinha. – Eu prometo.
O gato virou o copo com uma patada, o líquido escorreu e com ele a baratinha que, assim que se viu no chão, saiu correndo para o buraco mais perto, onde caiu na gargalhada. - Que é isso? – perguntou o gato. – Você não vai sair daí e cumprir sua promessa? Você disse que deixava eu comer você inteira.
- Ah, ah, ah! – ria então a barata, sem poder se conter. – E você é tão imbecil a ponto de acreditar na promessa de uma barata velha e bêbada?

Moral: Às vezes a auto depreciação nos livra do pelotão



Cão! Cão! Cão!

Abriu a porta e viu o amigo que há tanto não via. Estranhou apenas que ele, amigo, viesse acompanhado de um cão. O cão não muito grande mas bastante forte, de raça indefinida, saltitante e com um ar alegremente agressivo. Abriu a porta e cumprimentou o amigo, com toda efusão. "Quanto tempo!". O cão aproveitou as saudações, se embarafustou casa adentro e logo o barulho na cozinha demonstrava que ele tinha quebrado alguma coisa.
O dono da casa encompridou um pouco as orelhas, o amigo visitante fez um ar de que a coisa não era com ele. "Ora, veja você, a última vez que nos vimos foi..." "Não, foi depois, na..." "E você, casou também?" O cão passou pela sala, o tempo passou pela conversa, o cão entrou pelo quarto e novo barulho de coisa quebrada. Houve um sorriso amarelo por parte do dono da casa, mas perfeita indiferença por parte do visitante. "Quem morreu definitivamente foi o tio... você se lembra dele?" "Lembro, ora, era o que mais... não?"
O cão saltou sobre um móvel, derrubou o abajur, logo trepou com as patas sujas no sofá (o tempo passando) e deixou lá as marcas digitais de sua animalidade. Os dois amigos, tensos, agora preferiam não tomar conhecimento do dogue. E, por fim, o visitante se foi. Se despediu, efusivo como chegara, e se foi. Se foi.
Mas ainda ia indo, quando o dono da casa perguntou: "Não vai levar o seu cão?" "Cão? Cão? Cão? Ah, não! Não é meu, não. Quando eu entrei, ele entrou naturalmente comigo e eu pensei que fosse seu. Não é seu, não?
"
Moral: Quando notamos certos defeitos nos amigos, devemos sempre ter uma conversa esclarecedora.



A sopa de pedras

Quando terminou a guerra dos farrapos de Canudos, uma guerra dessas aí!, Serapião Pintumba perambulou por muito tempo no sertão. Á proporção que perambulava, penetrava, e, penetrando, sua miséria aumentava – pois o interior fazia as cidades empobrecerem com ele. Até que um dia chegou a uma aldeia de casas de taipa, distante de tudo, isto é, próxima de nada. Serapião bateu numa porta e pediu um pedaço de pão. Foi escorraçado. Bateu noutra porta, pediu um pedaço de queijo de cabra. Foi chutado. Bateu em outra porta e pediu um pedaço de rapadura. Foi cuspido. Bateu em outra porta e pediu uma lata velha. Foi atendido. Aí, Serapião se acocorou no meio da praça, fez uma trempe, botou a lata em cima e ficou esperando o destino. O destino, como sempre, juntou uns curiosos: “Que qui tu ta fazendo aí, Serapião Maluco?” perguntaram. “Uma sopa”, disse Serapião. “Tô veno nada”, criticou um velho crítico de sopas local. “Tão marranja água que cê vai vê”, disse Serapião. Arranjaram água pro Serapião, e fogo, e ele, assim que a água pegou uma fervura, jogou duas pedras dentro da lata e ficou lá mexe que mexe com um pau. “Que sopa é essa?”, veio a próxima pergunta. “Sopa de pedra”, disse Serapião. “De peeeeeedra?”, espantaram-se os habitantes da aldeia, em uníssono. “E pode sopa de pedra? Nóis num cômi sopa aqui tem mais di méis. Si dava para fazê sopa di pedra, a gente toda tava toda limentada.” Um demagogo presente aproveitou a dúvida no ar e vociferou: “É como os eternos leguleios, eternos prometedores de miragens, embaindo o povo do sertão com falácias infantis, acenando para o povo com soluções miríficas enquanto palacianos governosos se locupletam com suas gordas mordomias. Mas mesmo esses profissionais do engodo jamais pensaram em proposta de solução alimentar tão estapafúrdia!” Tomou ar e perguntou noutro tom: “Que é que você pretende exprimir, dialeticamente, com sopa de pedra?” “Bem”, respondeu Serapião, um tanto intimidado, a sopa pode sê só di pedra, né?, e inté qui sai boa. Mas se ocês mi arranja um picadinho de tocinho, um pezinho di cove, um naquinho di rapadura, aí dava muito in mió, né memo?” “Qué qui há, Maneco, sem essa!”, disse então um pau-de-arara que tinha trabalhado em Ipanema durante seis meses, pendurado num edifício da Vieira Souto, e por isso era considerado o grã-fino da aldeia. “Sopa de pedra é sopa de pedra! Não vem com subsídios que aqui não tem disso não. Você falou em sopa de pedra; vai ser sopa de pedra! Pessoal, todo mundo fazendo sopa de pedra aí na praça!” Em poucos minutos, a praça estava cheia de panelas, caldeirões, chaleiras, terrinas e latas fervendo com pedras. E cada um já procurava fazer sua sopa melhor que a do vizinho, com um sabor diferente: rocha, granito, sílex, calcário, pedra-pomes, basalto, pedra-sabão, pedra-ume, pedregulho. Mas terminou tudo numa grande decepção. Nenhuma das sopas de pedra tinha o menor gosto de sopa. Pior ainda – não tinha nem gosto de pedra. Foi aí que um caboclo mais imaginoso descobriu a única utilidade da pedra capaz de, naquele momento, satisfazer a todos os habitantes da aldeia. Tacou um paralelepípedo na cabeça de Serapião, que caiu ali mesmo e logo foi apedrejado por todo mundo, morrendo dilapidado.

Como na Bíblia.

Moral: Não se deve abusar da miséria do povo; ele acaba ficando empedernido.

O grande sábio e o imenso tolo


Por um acaso do destino, um velho e sábio professor e um jovem e estulto aluno se encontraram dividindo bancos gêmeos num ônibus interestadual. O estulto aluno, já conhecido do sábio professor exatamente por sua estultície, logo cansou o mestre com seu matraquear ininterrupto e sem sentido. O professor aguentou o quando pôde a conversa insossa e descabida. Afinal, cansado, arranjou, na sua cachola sábia, uma maneira de desativar o papo inútil do aluno. Sugeriu:
- Vamos fazer um jogo que sempre proponho nestas minhas viagens. Faz o tempo passar bem mais depressa. Você me faz uma pergunta qualquer. Se eu não souber responder, perco cem pratas. Depois eu lhe faço uma pergunta. Se você não souber responder, perde cem.
- Ah, mas isso é injusto! Não posso jogar esse jogo – disse o aluno, provando que não era tão tolo quanto aparentava -, eu vou perder muito dinheiro! O senhor sabe infinitamente mais do que eu. Só posso jogar com a seguinte combinação: quando eu acertar, ganho cem pratas. Quando o senhor acertar, ganha só vinte.
- Está bem – concordou o professor – pode começar.
- Me diz, professor – perguntou o aluno , o que é que tem cabeça de cavalo, seis patas de elefante e rabo de pau?
O professor, sem sequer pensar, respondeu:
- Não sei; nem posso saber! Isso não existe.
- O senhor não disse se devia existir ou não. O fato é que o senhor não sabe o que é – argumentou o aluno – e, portanto, me deve cem pratas.
- Tá bem, eu pago as cem pratas – concordou o professor pagando -, mas agora é minha vez. Me diz aí: o que é que tem cabeça de cavalo, seis patas de elefante e rabo de pau?
- Não sei – respondeu o aluno. E, sem maior discussão, pagou vinte pratas ao professor.

Moral: A sabedoria, nos dias de hoje, está valendo 20% da esperteza.

Hierarquia


Diz que um leão enorme ia andando chateado, não muito rei dos animais, porque tinha acabado de brigar com a mulher e esta lhe dissera poucas e boas (1).
Eis que, subitamente, o leão defronta com um pequeno rato, o ratinho mais menor que ele já tinha visto. Pisou-lhe a cauda e, enquanto o rato forçava inutilmente pra escapar, o leão gritava: "Miserável criatura, estúpida, ínfima, vil, torpe: não conheço na criação nada mais insignificante e nojento. Vou te deixar com vida apenas para que você possa sofrer toda a humilhação do que lhe disse, você, desgraçado, inferior, mesquinho, rato!" E soltou-o .
O rato correu o mais que pode, mas, quando já estava a salvo, gritou pro leão: "Será que V. Excelência poderia escrever isso pra mim? Vou me encontrar com uma lesma que eu conheço e quero repetir isso pra ela com as mesmas palavras!" (2)
(1) Quer dizer: muitas e más.
(2) Na grande hora psicanalítica, que soa para todos nós, a precisão de linguagem é fundamental.

MORAL: Afinal ninguém é tão inferior assim.

SUBMORAL: Nem tão superior, por falar nisso.

A jatobá e os juncos


Um magnífico Jatobá vivia a sua vida galhofeira (1) cercado de uma multidão de juncos farfalhantes, à beira de um riacho riachante. Orgulhoso de sua imensa copa, ele a abanava a todos os ventos de todas as partes e, de vez em quando, é natural, aproveitava para fazer uma sombra indevida aos juncos que lhe ficavam em volta (2). Os juncos, às vezes, querendo saber onde andava o sol pra calcular em quanto tempo iriam se livrar do destino sombrio, perguntavam ao imenso Jatobá: “Que horas são, amigo?” “Eu não sou amigo e não digo horas pra juncos encharcados”, respondia invariavelmente o Jatobá. Os juncos, humolhados (3), voltavam ao seu farfalho humilde, enquanto o Jatobá apregoava aos grandes companheiros das matas a glória de sua cabeleira centenária. A vida é assim.

Mas lá chega o dia...

Esse dia foi de noite. Um vendaval daqueles de derrubar até torres de arranha-céu, se arranha-céu já existisse. O Jatobá, cuja imensa galhada oferecia uma resistência gigantesca (4) às forças da natureza, veio ao chão num estrondo assustador. O chefe dos juncos, vendo aquele desastre com o gigante, gritou sabiamente pro seu grupo: “Não resistam! Agachem-se!” (5).

Tombado, o Jatobá foi arrastado pela corrente do riacho até uma serraria, onde imediatamente o transformaram em magníficas cadeiras de jacarandá. Mas os juncos, que riam satisfeitos, dançando ao sol da manhã de abril, sem a cobertura do Jatobá foram logo descobertos por empalhadores, que os arrancaram a todos e os utilizaram para empalhar cadeiras.

Espicaçados pelo vírus da filosofia, os juncos não resistiram e perguntaram a uma cadeira: “Você sabe explicar por que a queda dos poderosos é mais terrível do que a dos mais fracos, mas no fim todo mundo cai?” E a cadeira respondeu sem hesitar: “Eu não falo com junco!”.

MORAL: Orgulho não adianta; sempre se acaba com a bunda de alguém em cima.

1 – Cheia de galhos, e gozadora.
2 – Afinal, de que vale nossa alegria sem a infelicidade alheia?
3 – Quer dizer, amargurados dentro d’água.
4 – Quinta lei de dinâmica da prepotência.
5 – Segundo parágrafo do artigo primeiro da lei da sobrevivência política.

A sorte e o azar


Sexta-feira da Paixão, a menininha acordou, cheia de alegria, foi pra janela do barraco e meteu os peitos no último pagodão romântico, composto pela dupla Depardiê Belmondô e Marlon Bochecha (1). A mãe, assustada, gritou:

- Pára com isso, Tardiosa! Neste dia só se canta música sacra, menina! – E como a menina não ligasse, a mãe sentenciou: - Deus castiga quem canta o que você está cantando, você vai ver só! Pára com isso!
Pois nesse exato momento aí, ia passando pela frente do barraco Maurice Gerard, diretor do Olimpiá (2):
- Que voz, menina!
E a menina, delicadíssima, respondeu:
- Percebo que messiê não sabe bem português; vós não sinhô, pode me tratar de você!

Gerard corrigiu:
- Sei português muito bem, estou falando mesmo de tua voz magnífica, e vou te contratar pra cantar no Olimpiá! (3) Toma aqui dez mil dólares por conta e entra aí em meu Porsch, que vou passar um fax pra Paris, enquanto você assina o contrato prum circuito de um ano na Europa, França e Bahia. 

A menina assinou o contrato, contentíssima. E a mãe, que já tinha aprovado, assinou como testemunha. A menina, antes de entrar no carrão, saiu saltitante, já cantando em francês, não viu o buraco, caiu e ficou gemendo de dor, com o pé torcido, talvez quebrado. 
- Viu? – disse a mãe – Eu não falei que cantar música profana na Sexta-feira da Paixão, Deus castiga?

MORAL: Todo vaticínio é relativo ou Botar a boca no mundo é perigoso.
1 - A influência estrangeira na MPB continua cada vez maior. Apesar dos nomes, ambos os compositores são negros. 
2 - Aquele mesmo que convidou pra cantar lá a cigarra, da Cigarra e a Formiga, só pra desmoralizar La Fontaine. 
3 - Ou ela, ou eu, alguém está copiando a vida da Piaf - em preto e branco.



O Leão e o Rato



Depois que o Leão desistiu de comer o rato porque o rato estava com espinho no pé (ou por desprezo, mas dá no mesmo), e, posteriormente, o rato, tendo encontrado o Leão envolvido numa rede de caça, roeu a rede e salvou o Leão (por gratidão ou mineirice, já que tinha que continuar a viver na mesma floresta), os dois, rato e Leão, passaram a andar sempre juntos, para estranheza dos outros habitantes da floresta (e das fábulas). E como os tempos são tão duros nas florestas quanto nas cidades, e como a poluição já devastou até mesmo as mais virgens das matas, eis que os dois se encontraram, em certo momento, sem ter comido durante vários dias. Disse o Leão:

- Nem um boi. Nem ao menos uma paca. Nem sequer uma lebre. Nem mesmo uma borboleta, como hors-d'oeuvres de uma futura refeição.

Caiu estatelado no chão, irado ao mais fundo de sua alma leonina. E, do chão onde estava, lançou um olhar ao rato que o fez estremecer até a medula. "A amizade resistiria à fome?" - pensou ele. E, sem ousar responder à própria pergunta, esgueirou-se pé ante pé e sumiu da frente do amigo(?) faminto. Sumiu durante muito tempo. Quando voltou, o Leão passeava em círculos, deitando fogo pelas narinas, com ódio da humanidade. Mas o rato vinha com algo capaz de aplacar a fome do ditador das selvas: um enorme pedaço de queijo Gorgonzola que ninguém jamais poderá explicar onde conseguiu (fábulas!). O Leão, ao ver o queijo, embora não fosse um animal queijífero, lambeu os beiços e exclamou:

- Maravilhoso, amigo, maravilhoso! Você é uma das sete maravilhas! Comamos, comamos! Mas, antes, vamos repartir o queijo com equanimidade. E como tenho receio de não resistir à minha natural prepotência, e sendo ao mesmo tempo um democrata nato e confirmado, deixo a você a tarefa ingrata de controlar o queijo com seus próprios e famélicos instintos. Vamos, divida você, meu irmão! A parte do rato para o rato; para o Leão, a parte do Leão.

A expressão ainda não existia naquela época, mas o rato percebeu que ela passaria a ter uma validade que os tempos não mais apagariam. E dividiu o queijo como o Leão queria: uma parte do rato, outra parte do Leão. Isto é: deu o queijo todo ao Leão e ficou apenas com os buracos. O Leão segurou com as patas o queijo todo e abocanhou um pedaço enorme, não sem antes elogiar o rato pelo seu alto critério:

- Muito bem, meu amigo. Isso é que se chama partilha, Isso é que se chama justiça. Quando eu voltar ao poder, entregarei sempre a você a partilha dos bens que me couberem no litígio com os súditos. Você é um verdadeiro e egrégio meritíssimo! Não vai se arrepender!
E o ratinho, morto de fome, riu o riso menos amarelo que podia, e ainda lambeu o ar para o Leão pensar que lambia os buracos de queijo. E enquanto lambia o ar, gritava, no mais forte que podiam seus fracos pulmões:
- Longa vida ao Rei Leão! Longa vida ao Rei Leão!
MORAL: Os ratos são iguaizinhos aos homens.







domingo, 25 de março de 2012

ATÉ QUE ENFIM ACABOU FINA ESTAMPA



Ao acabar a novela Fina Estampa, eu percebo que gostei da novela, mas não gostei do final e nem do enredo muito forçado.
A mistura de uma vilã cômica ( Tereza Cristina ) com a maldade gratuita, somada aos seus hilários empregados: Crô, gay bom que fazia tudo que a sua rainha queria, menos se comprometer nas maldades dela, não me passou sinceridade e sim forçação de barra do autor, o motorista Baltazar que sim poderia ser cúmplice da madame no começo, por ser espancador da mulher, acabou sendo um personagem confuso que oscilou entre o bom moço e o cafajeste. A empregada tão menosprezada por todos acaba demostrando uma inteligencia no final que não teve a novela inteira.


Tereza Cristina, só demonstrou que era louca, coerente nunca, foi manipulada pela suposta tia e acabou cometendo crimes por motivo torpe porque mesmo rica poderia ter nascido de uma empregada e acabou querendo uma vingança de uma pessoa gratuitamente que nem no final ficou com seu marido que foi a Griselda.


O final então foi horrível, tudo copiado de novelas do autor, uma tristeza. 
 

A própria Tereza Cristina, só sabia jogar as pessoas da escada, a alusão cópia de Senhora do Destino, e no final não joga o ventilador na piscina mais sim um secador na banheira do Ferdinand, que final deprimente e sem criatividade.


Do mesmo modo que Pereirinha sumiu na primeira vez ele some no final que repeteco deprimente.


O final foi muito forçado muito rápido. O maior mistério da novela que seria quem era o namorado do Crô, acabou sendo um repeteco de Tieta do Agreste , quer dizer , ficamos a novela toda querendo saber e no final ficamos no hora veja, que tristeza.


Vamos ver se a próxima novela será mais coerente e que a gente possa ter todas as resposta no final, que é pelo menos a maior justiça que o autor da novela pode ter com o seu telespectador.